domingo, julho 20, 2008


"No teu poema

Existe um verso em branco e sem medida

Um corpo que respira, um céu aberto

Janela debruçada para a vida

No teu poema existe a dor calada lá no fundo

O passo da coragem em casa escura

E, aberta, uma varanda para o mundo.

Existe a noite

O riso e a voz refeita à luz do dia

A festa da senhora da agonia

E o cansaço

Do corpo que adormece em cama fria.

Existe um rioA sina de quem nasce fraco ou forte

O risco, a raiva e a luta de quem cai

Ou que resiste

Que vence ou adormece antes da morte.

No teu poema

Existe o grito e o eco da metralha

A dor que sei de cor mas não recito

E os sonhos inquietos de quem falha.

No teu poema

Existe um cantochão alentejano

A rua e o pregão de uma varina

E um barco assoprado a todo o pano

Existe um rioA sina de quem nasce fraco ou forte

O risco, a raiva e a luta de quem cai

Ou que resiste

Que vence ou adormece antes da morte.

No teu poema

Existe a esperança acesa atrás do muro

Existe tudo o mais que ainda escapa

E um verso em branco à espera de futuro"
Música de Carlos do Carmo

(quando me falta a inspiração, nada como reler um dos muitos belos poemas passados em música que existem...Aqui fica um que me faz estremeçer só de ouvir, que me faz sorrir e chorar. Um onde me revejo tantas vezes...)

domingo, julho 06, 2008


Da vida nascem ilusões
Recortes do passado,
Colados ao acaso…assim
Querendo estar cobertos de tudo
Não atingindo nada em pleno…

Pensativo romance
Rodeado de receios e angustias,
Perdidas outrora,
Com outro alguém
Somente escondidas de nós

Lá longe nas ondas do nada
Enlaçados de ternura,
Permanece o desejo
De somente agora
Somente agora ser vivido...